Esconde tudo...
Leva o meu cheiro para casa e esconde-o dentro de uma gaveta...
Não deixes que ninguém saiba que te quero e te desejo...
Não deixes que te falem de mim...
Não oiças o que os outros te dizem, eles não estão no meio de nós, ninguém está no meio de nós...
Só nós é que estamos aqui, a vida que vivemos é a nossa vida e não a que os outros querem que seja...
Vive cada minuto intensamente e no maior segredo...
Faz como aquele poeta que só deixou que as suas palavras fossem lidas depois de morrer, para que ninguém o julgasse ou pudesse apontar-lhe o dedo....
Guarda-me bem...
Perto de ti, sempre perto...
Mesmo que eu não te veja ou tu não me fales, estarei ali, junto de ti, como Vénus sempre atrás da lua quando o dia cai e a noite se levanta...
Silenciosa...
Altiva...
Celeste e discreta...
Deixa-me ficar ai, ai ninguém me vê, estou protegida pela discrição da noite, pelo silêncio dos pássaros que já dormem e não nos podem denunciar...
Serei uma sombra, um suspiro, um sorriso, uma festa no teu cabelo.
E a minha presença, certa e segura junto ao teu coração, vai-te trazer de volta os sons das nossas conversas...
A temperatura das nossas mãos entrelaçadas uma na outra...
O sabor da minha boca na tua...
O meu olhar dentro do teu como se nunca tivesse partido, como se nunca mais precisasses de voltar a essa estúpida rotina que nos rege os dias e as noites, e nunca mais te sentirás uma pessoa normal, igual às outras, porque é agora que podes ser dono da tua vida e do teu coração, é agora que tudo pode acontecer de outra forma e a vida se transformar em algo que sempre sonhaste!
Poema: Margarida Rebelo Pinto
Já perdoei erros quase imperdoáveis...
Já tentei substituir pessoas insubstituíveis...
E...
Já tentei esquecer pessoas inesquecíveis...
Já agi por impulso,
Já me decepcionei com pessoas que eu achava que jamais me decepcionariam...
Mas...
Também já decepcionei alguém...
Já abracei só para proteger...
Já me ri onde não devia...
Sei que tenho amigos eternos...
Mas...
Já fui traída por quem considerei “amigo”...
Já amei e fui amada...
Mas...
Também já fui rejeitada...
Já fui amada e não amei...
Já dei gritos e pulos de tanta felicidade...
Já vivi de amor e fiz juras eternas...
Decepcionei-me...
E chorei de arrependimento...
Já chorei só de ouvir uma música no rádio...
Já senti saudades ao ver fotografias...
Já liguei a alguém só para ouvir um “está?”
Já pensei que morreria de saudades...
Já senti pavor só em imaginar que poderia perder “um alguém”...
Alguém que acabei por perder...
Sobrevivi...
Mas...
Não esqueci...
Mas...
Vivi e continuo a viver!
Tento não passar pela vida...
E tu também não deverias de passar...
Vive!
Luta!
Que sejas ser determinado!
Abraça a vida com paixão...
Perde com classe...
Vence com ousadia...
Porque a vida só se vive uma vez!
E o mundo pertence aos corajosos...
Aos atrevidos...
E a vida...
A tua vida...
E forte demais para viveres momentos insignificantes...
Portanto...
Vive com toda a intensidade!
E usufrui do palco da vida enquanto és o autor principal...
Que desempenhes um excelente papel!
Que saibas usufruir do tempo e do espaço o palco...
Antes que a cortina se feche e tu acabes a peça de teatro sem direito a aplausos.
Sou o que sou...
Não o que penso ser...
Nem mesmo o que gostaria ter sido...
Sou um amor sofrido entranhado em mim...
Sou um alguém que já fez sofrer...
Sou a perfeita imperfeição do que seria e que nunca consegui ser...
Fui e continuarei a ser o resumo fantástico e único...
Do que canta em uníssono dentro do meu peito...
Minha vocação é amar...
Ser unicamente a suma clemente...
Essencial...
Pré-existente...
Ao ser simplesmente o que sou...
Sim!
Talvez tenha sido por um olhar...
Talvez, quem sabe, por um sorriso...
Talvez tenha sido por aquelas palavras prenunciadas...
Ou...
Talvez por aquele instante que tive contigo...
Talvez quem sabe um dia te encontre...
Talvez um dia a gente possa voltar a estar juntos...
Ou talvez...
Tudo se esqueça de vez...
Talvez o destino cruze os nossos caminhos...
Talvez possa existir outros...novos momentos...
E quem sabe...
Nem tudo estará perdido...
Saudade...
Saudade de quê?
daquilo que vivemos...
Ou do que imaginamos querer ter vivido?
Saudades do que tivemos...
Ou do que queríamos ter?
Saudade...
Que palavrinha esta...
Que enigmas traz...
Palavra que tanto diz...
Que tudo mostra ao querer...
E pouco traz ao nosso viver.
Pois...por mais que magoe...
De saudade não se pode viver!
A melhor coisa é...
Continuar a acreditar...
Que boas pessoas vou encontrar...
Neste meu caminhar...
Pessoas essas que me ajudem...
Pessoas a quem eu possa ajudar...
No doce e no obscuro caminho...
Chamado vida!
Quanto à saudade...
SAUDADE?
O que é a saudade?
Para me encontrar precisei de me afastar...
Para viver precisei morrer...
Para sorrir precisei chorar...
Para não pecar resolvi calar-me...
Perco o tempo a imaginar...
Queria tanto encontrar-te...
Procurei no tempo e no espaço,
Mas não encontrei o calor do teu abraço...
Não sei sequer expressar o que sinto por ti...
Saudade...
Amor...
Paixão...
Ou desilusão?!
Gostaria de poder falar...
Quem me dera poder encontrar-te...
E num acto de coragem poder falar-te...
O quanto eu desejo apagar a tua imagem...
O teu amor não passa de um sonho colorido...
Embora me deixe com o coração partido.
Vivo de lembranças e saudade...
Sou uma criança à procura da felicidade.
Tentei rimar saudade com paixão...
Encontrei apenas mera ilusão
É difícil rimar o que não se vê...
É como tentar adivinhar um livro que não se lê!
. Olá