Não vi uma criança
Diante dos meus olhos fixos.
Naquele espelho,
Vi apenas uma mulher,
Figura desfigurada
Daquilo que fui -
Ente de minha euforia
Baseado nas minhas
Insónias a cama madrigal.
Ao espelho não vejo a alma
Reflectida aos ângulos certos
De minha eloquência absurda,
Entregando-se a figuras
E pensamentos imaginários.
Sou eu!
Uma mulher abstracta,
Fato antes de minha nocividade,
Carrego uma folha
Como quem vai retratar algo,
Uma figura irreal de uma realidade,
Certamente, ideal, perfeita,
Próspera pauta de um livro
Arrancada a migalhas
Na
E ébrio desarmante do que
Ainda persiste em existir.
Mulher menina,
Sonhadora, Alice no País das Maravilhas...
Assim, eu sou.
Inútil por em fim,
A concreta construção que retém
Toda a existente figura,
Da mulher errante, rangeste,
Que ora poliniza as boninas
Ora as silencia, agredi, incomoda e degola -
Simples traço humano
Inclinado.
Ó, poema psicopata,
Retira-me toda tua essência,
Devolva-me toda a tua conquista,
Parta o teu pão
Como Palha!
Ó, poema fatigado
Retraia o teu canto,
Que não precisa ser testado!
Ó, poema sujo,
Que imunda as chacinas
Da cidade, ria da mulher
Que se perdeu!
Homem fanático,
Psicadélica, calada!
Sou eu assim.
No espelho da alma
Da minha paciente espera
ainda vive a criança
Atordoada, silenciada
Como as colecções de selos.
. Olá